“Os novos fármacos antidiabéticos são opções com efeito cardiovascular, que também reduzem a glicemia”. Palavras da Prof.ª Doutora Cristina Gavina, do Hospital de Matosinhos, sobre o potencial destas recentes classes farmacológicas, “que tratam as doenças desde o início da sua génese até àquela que é a sua manifestação mais grave”. Em vídeo, a médica sumariza as principais mensagens da sua apresentação no XXIX Congresso Português de Aterosclerose, salientando o potencial dos efeitos dos fármacos que vão além do motivo pelo qual foram prescritos.
“A diabetes tipo 2 está muitas vezes associada ao fenótipo muito específico de pessoas que são obesas, com muita gordura visceral e inflamação associada”, explica a cardiologista, apontando estes fármacos como uma boa opção para este tipo de doentes. “À medida que vamos estudando estas classes farmacológicas e até fora do contexto da diabetes, nomeadamente na área da insuficiência cardíaca e da obesidade, começamos a perceber que muitas destas moléculas vão ter outros efeitos que são, na realidade, o seu verdadeiro efeito na melhoria desse perfil”, dando como exemplo os agonistas da GLP-1 e os inibidores da SGLT-2 com potencial na prevenção e no tratamento da insuficiência cardíaca e com provas dadas também na proteção renal.
“Muitos dos fármacos utilizados têm efeitos que vão além do motivo pelo qual os utilizamos. E, portanto, este conceito ajuda seguramente a encontrar a melhor terapêutica para cada doente”, conclui, destacando a evolução da Medicina personalizada.